28.11.16

* * *

Dia quente

Sede da sua boca


Da tua saliva que alivia


Do cheiro do teu cabelo


Um dia sem te ver apenas


Cansado numa Sexta que nem começou direito


Os joelhos pedindo arrego


Contando com o final do dia


Atravessar quilômetros


Para te ver


Beber uma cerveja


E rir do fim do mundo.








(Gilberto Caetano)
















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25.11.16

FOTOGRAMAS

Uma pequena observação fotográfica que tenho do mundo.

Mais fotos em: http://www.flickr.com/photos/gibacae

Projeto Com Com Pimentas
Guarulhos - SP, 2013



Cubatão - SP, 2015


Cubatão - SP, 2015 


Edgar
São Paulo - SP, 2015


Cia. Os Crespos
São Paulo - SP, 2016










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22.11.16

* * *


Crise econômica
Crise política


Crise de segurança pública


Crise de consciência


Tanta crise para gerenciar


Que ninguém sabe por onde começar.






(Gilberto Caetano)









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19.11.16

* * *


A terra tem cheiro de sangue
A morte é tão comum por aqui


Que ninguém liga.





(Gilberto Caetano)









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16.11.16

Cia Os Crespos - "ALGUMA COISA A VER COM UMA MISSÃO"

Grande experiência e reflexão assistir o teatro vivo no centro de São Paulo!

Os Crespos é um coletivo teatral de pesquisa cênica e audiovisual, debates e intervenções públicas, composto por atores negros.
























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3.11.16

Uma Crônica de Thais S.

Mulher negra, bem vestida, microempresária, chega em um hospital de classe media alta na Av. Paulista, para retirar alguns exames. A moça simpática da portaria lhe informa:
 

- A senhora tem que ir para o primeiro subsolo para retirar exame. É só pegar o elevador ao lado.
 

A mulher entra no elevador e ao observar não tem escrito primeiro subsolo, e também não tem informação em qual andar ela está.
 

Neste instante entre um homem com traços orientais escrevendo algo no celular, aperta o terceiro andar e continua escrevendo no celular e ela logo lhe pergunta.
 

- Por gentileza, o senhor sabe qual andar aperto para o primeiro subsolo?
 

Durante a pergunta entra uma senhora, branca, com cabelos loiros com um coque muito bem feito e aperta o cinco.
 

O senhor para de escrever no celular e observa a mulher negra, seu olhar vai desde o cabelo até os pés e lhe pergunta:
 

- Você quer ir ao vestiário?
 

A mulher negra meia sem jeito e nervosa com a pergunta do senhor responde:
 

- Sou paciente deste hospital. Sabe senhor, eu posso ser paciente deste hospital também.
 

O senhor, sem palavras, abaixa a cabeça e sem responder nada continua mexendo em seu celular.
 

A senhora branca logo percebe a situação constrangedora e responde:
 

- Moça o subsolo fica no menos um. E aperta o botão para ela.
 

O senhor desce e em seguida a senhora também.
 

A mulher negra fica sozinha no elevador até o subsolo refletindo se poderia ter feito mais ou diferente nesta situação.
 

Apesar da pequena resposta se sentiu orgulhosa, com quase 40 anos é a segunda vez que conseguiu responder a altura para um ato de racismo. Nas outras não teve coragem, não conseguiu responder, se sentiu reprimida.
 

Agora orgulhosa de si, levanta a cabeça e sai do elevador para pegar seus exames.
 

Não foi a primeira e nem será a última que estará em locais que para algumas pessoas não poderia estar, mas agora esta preparada, está empoderada.
 

Será que ele achou que ela era médica?










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Veja também:

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