29.4.12
26.4.12
FRAME: Minha Filmografia
GILBERTO CAETANO
Diretor Roteirista Editor
EDIÇÃO (19 Títulos)
2012 CAIXA D’ÁGUA (Curta)
2012 IMAGEM MULHER (Média) (Documentário)
2011 BOTINAS NO ELEVADOR (Média)
2011 ENTRE O CORPO E A ALMA (Média)
2010 A FESTA DO CAVALO NÓIA (Média) (Documentário)
2010 100 ANOS DO 8 DE MARÇO: SÃO PAULO (Produtor) (Curta) (Documentário)
2009 MUSTANGUE (Curta)
2009 EDUARDO BAPTISTÃO E A MPB (Curta) (Documentário)
2008 PAREDES PINTURAS (Média) (Documentário)
2007 69 (Curta)
2007 LIMITES DA MANHÃ (Curta)
2006 O CINE TEATRO (Curta)
2006 ATÉ QUE A MORTE OS SEPARE (Curta)
2006 SAUDADE (Curta)
2005 HOGO ALELUIA: “BROTHER DE GUETO” (Videoclipe)
2005 COMPORTAMENTO KAMIKAZE (Curta)
2004 REALIZADORES: MAKING-OF FESTIVAL INTERNACIONAL DE CURTAS-METRAGNES 2004 (Co-Editor) (Curta) (Documentário)
2004 ALHEIO (Curta)
2003 SENTENÇA (Co-Editor) (Curta)
ROTEIRO (11 Títulos)
2012 CAIXA D’ÁGUA (Curta)
2010 A FESTA DO CAVALO NÓIA (Média) (Documentário)
2009 MUSTANGUE (Curta)
2007 69 (Co-Roteirista) (Curta)
2006/7 O CRIME DO PATO BRANCO (Co-Roteirista) (Curta)
2006 O CINE TEATRO (Co-Roteirista) (Curta)
2006 NUTI EM BUNGEE-JUMP (História) (Curta) (Animação)
2005 PARA SUA NAMORADA PREPARAR UM STRIPTEASE INESQUECÍVEL (Curta)
2005 COMPORTAMENTO KAMIKAZE (Curta)
2004 COMO DECLAMAR DRUMMOND (Co-Roteirista) (Curta)
2002 MATIZ (Co-Roteirista) (Curta)
DIREÇÃO (10 Títulos)
2012 CAIXA D’ÁGUA (Co-Direção) (Curta)
2011/12 TERROR EM 1 MINUTO (Web Série)
Dia do Pagamento (2011)
Estúdio Macabro (2010)
2010 A FESTA DO CAVALO NÓIA (Co-Direção) (Média)
2009 MUSTANGUE (Curta)
2006 NUTI EM BUNGEE-JUMP (Curta) (Animação)
2005 COMPORTAMENTO KAMIKAZE (Curta)
2004 COMO DECLAMAR DRUMMOND (Co-Direção) (Curta)
2003 UM FECHAR DE OLHOS (Co-Direção) (Curta)
2003 ECOS DO ECOCINE (Co-Direção) (Curta) (Documentário)
2002 MATIZ (Co-Direção) (Curta)
PRODUÇÃO (11 Títulos)
2012 CAIXA D’ÁGUA (Produtor Executivo) (Curta)
2012 GRAFFITI DANÇA (Produtor Executivo) (Curta) (Animação)
2012 IMAGEM MULHER (Produtor Executivo) (Média) (Documentário)
2011/12 TERROR EM 1 MINUTO (Produtor Executivo – 02 Episódios) (Web Série)
Dia do Pagamento (2011) (Produtor Executivo)
Estúdio Macabro (2010) (Produtor Executivo)
2010 A FESTA DO CAVALO NÓIA (Produtor) (Média) (Documentário)
2010 100 ANOS DO 8 DE MARÇO: SÃO PAULO (Produtor) (Curta) (Documentário)
2009 EDUARDO BAPTISTÃO E A MPB (Produtor) (Curta) (Documentário)
2007 69 (Produtor) (Curta)
2006 KRUUSMANTA (Produtor) (Curta)
2005 COMPORTAMENTO KAMIKAZE (Produtor) (Curta)
2004 COMO DECLAMAR DRUMMOND (Produtor) (Curta)
FOTOGRAFIA & CÂMERA (09 Títulos)
2010 A FESTA DO CAVALO NÓIA (Imagens Adicionais) (Média) (Documentário)
2007 LIMITES DA MANHÃ (Câmera) (Curta)
2005 COMPORTAMENTO KAMIKAZE (Fotografia e Câmera) (Curta)
2004 ALÉM DA PORTA (Ass. Fotografia e Câmera Making Of) (Curta)
2004 COMO DECLAMAR DRUMMOND (Fotografia e Câmera) (Curta)
2004 PISADAS MARCANTES (Fotografia e Câmera) (Curta)
2002 A MELHOR FACE DO ESPELHO (Fotografia) (Curta)
2002 ABORTO (Fotografia e Câmera) (Curta)
2001 CINEMA DILACERADO (Câmera) (Média) (Documentário)
...
23.4.12
20.4.12
17.4.12
FOTOGRAMAS
Uma pequena observação fotográfica que tenho do mundo.
Mais fotos em: http://www.flickr.com/photos/gibacae
CUBATÃO (SP), 2011
"Projeto Com Com"
"Arte Nas Cotas"
"Mascate Cineclube"
...
14.4.12
(Conto): DESMORTO
E o que
é toda aquela classe boêmia em que GERSON COSTA vive? Ele mora em uma cobertura
num bairro burguês, uma cobertura grande, com paredes de vidro, com mais de
cinco metros de altura onde pode-se ver em 360o quase toda a cidade,
uma enorme estante numa das sete paredes com os mais variados livros, entre
clássicos e desconhecidos, quadrinhos fantásticos de artistas europeus e
brasileiros. Aquele apartamento é o point boêmio da cidade. Gerson
recebe grandes amigos, outros desconhecidos, pessoas de outros bairros,
prostitutas e michês com classe, todos ali para conversar, recitar poesias, muito
vinho, maconha, alguma coca e algum sexo casual. Nada de brigas, se aparece
algum mal-entendido, logo é solucionado. Aquele apartamento é quase como uma
igreja da contracultura, onde eles falam e são escutados. Onde a diversão quase
nunca acaba sendo que o Sol é o maior inimigo, onde seus primeiros raios
naquele apartamento de vidro dão sono. Dali surgiu grandes peças de teatro
contemporâneas, livros ousados com linguagens rebuscadas, filmes surreais,
filmes expressionistas, filmes dadaístas. É parada obrigatória intelectual da
cidade. Gerson é feliz do seu jeito.
Numa
destas grandes festas, ele acorda, com uma tremenda dor de cabeça, fazia tempo
que não tinha uma ressaca desta. Logo percebe que está em sua sala com duas
mulheres que não conhece e não se lembra da noite anterior. Acha estranho. As
meninas estão com medo, olham para ele assustadas. Ele pensa que teve uma noite
de prazer com elas.
- Essa
noite deve ter sido realmente boa, não? Ei, eu falei com vocês. Garotas? Por
que a gente não está no meu quarto?
-
Você... você... está... está mor... morto. Você está morto, Gerson.
- Tudo
bem.
- É
verdade.
- Eu
acredito, rsrsrs.
- Põe a
mão sobre o seu peito ou tente contar a sua pulsação.
- Você
morreu. Por isso todo mundo saiu correndo daqui. Você morreu! Todo mundo ficou
assustado, chamaram o médico, ele veio, constatou que você estava morto e aí
você levantou pedindo uma garrafa de vinho e todo mundo saiu correndo apavorado.
- Nós
duas ficamos pra te falar que você está morto caso você levantasse novamente. É
que você foi tão legal com a gente que a queríamos retribuir de alguma forma.
- Valeu
– ele pensa um pouco e depois continua – Se estou morto como eu estou falando?
- Nem o
médico ficou pra descobrir. Depois que você levantou e falou pela primeira vez,
todo mundo saiu correndo pensando em todos os filmes de zumbis que existem.
Vírus passando pela mordida. Espalhando pela cidade. Só nós duas ficamos.
- Por
que eu fui legal com vocês.
- É.
- Vai
ser difícil dormir essa noite.
Gerson
cheira o próprio braço.
-
Preciso de um banho.
Ele
despede-se das garotas e toma seu banho. Não sente mesmo o seu coração, estando
realmente morto. Mesmo assim o cheiro estranho continua. Mais um banho e o
cheiro fica um pouco mais forte. Percebe que esse cheiro não é nada além do seu
corpo entrando em estado de decomposição, ficando roxo, ficando duro. Nenhuma
dor.
O
desmorto procura os amigos mais próximos e eles estão com muito medo. Nenhum o
recebe. Andando pela rua, percebe que não precisa respirar mais. Tenta comer
uma maça, apenas pelo prazer, um dos últimos, não consegue, vomita. Não sente
mais tesão. Seu melhor amigo é o único que lhe abre a porta e tampa o nariz com
algodão.
- É
estranho não precisar mais fazer planos.
- Se
você não tem mais futuro então pense no passado.
- Pra
quê?
- Pra
se despedir das pessoas que você gosta antes que suas pernas estejam podres
demais para andar.
- Não
sei.
- Você
morreu ontem. Em três dias as bactérias irão acabar com o seu corpo. Em dez
dias, terá tantas larvas andando dentro de você e fedendo tanto que talvez a
prefeitura seja obrigada a te enterrar. Se isso não acontecer, em vinte dias os
gases acumulados estouram, carne cremosa e a quantidade de insetos aumenta. Em
quarenta ou cinquenta...
-
Chega. Talvez duas ou três pessoas eu gostaria de visitar.
- E por
que não vai?
- Tenho
medo de que elas não me queiram por perto.
- Não
sei se você reparou, mas ninguém quer te ver por perto.
A
primeira pessoa que Gerson visita foi a paixão de sua vida, uma mulher gentil
que ele abandonou para viver uma paixão rápida e desinteressante. E naquele
momento ele sente dor, em saber que ele não era o único que sofria, que naquela
época seu egoísmo machucava muita gente, ele tocava o “foda-se os outros, eu
estou bem, então...”, mas com ela foi diferente, ela mandou ele pastar para bem
longe, Gerson ficou perdido. Caminhando em uma estrada com asfalto de vidro,
depois paredes de vidro. Mesmo aquele amor do passado, que parecia ter
esquecido e que está muito bem o fez relembrar. O fez menos egoísta por algumas
horas.
Não que
ela quer muito papo com o desmorto. Conversam no portão da casa dela.
- Vamos
conversar aqui no portão, Gerson, porque eu não quero que você deixe minha casa
fedendo.
- Tudo
bem.
Naquela
hora, ele já era uma celebridade underground, apenas pergunta coisas triviais:
“como você está?”, “como foi sua vida longe de mim?”. Ela responde:
-
Perfeita.
- Eu
fui muito canalha, né?
- Até
que não. Eu esperava isso. Três semanas depois você tomou um chute na bunda.
Ficou sozinho, amargurado. Mais até do que eu.
- É,
né?
-
Quando você vai se enterrar?
-
Amanhã. Cinco da tarde.
- Vai
ter velório?
- Não.
Obrigado por deixar eu te dizer adeus.
Ela
fica calada. Sem sentir mais nada.
A
segunda pessoa que Gerson visita é seu pai. O homem que o abandonou quanto
tinha 11 anos. Toda aquela ignorância que ele sempre teve, aquele jeito te
tratar as pessoas mal, rude, rústico, de ser tudo do seu jeito. Tudo muito
parecido com aquele homem. Eles se olham por alguns minutos e se separam sem
falar nada. Cada um para um lado.
A
terceira e última pessoa é o amigo de infância que roubou o melhor brinquedo dele
quando criança, seu minigame e que bateu em Gerson na frente da escola, todos
os alunos olhando.
-
Naquele dia, na frente dos alunos das outras turmas, você me chamou de covarde,
que não iria bater em mim porque eu era muito fraco. Lembra disso?
- Você
pulou na minha garganta e deu dois socos na minha cara.
- Eu
até pensei que iria te arrebentar, mas você me cobriu de porrada e só parou
quando outros caras nos separaram. Só que aí quando eu levantei do chão,
pensando que as pessoas iriam rir de mim porque apanhei, foi diferente, elas me
olhavam com outros olhos porque eu enfrentei um cara que era o dobro do meu
tamanho e bem mais forte.
- Éééé,
Gerson, você devia me agradecer por ter apanhado naquele dia.
- Por
isso eu vim.
Gerson
sai sem dizer mais nada, além do sorriso em seu rosto.
Ele
caminha lentamente até seu enterro. Ele não quer ninguém no cemitério, ninguém
para chorar ou pedir para voltar, apesar das pessoas estarem muito assustadas
para fazerem isso. Não naquele velório vivo. Não os artistas, os boêmios ou os
vadios.
Deita
em seu caixão com extrema dificuldade, seu corpo está fraco e podre demais para
qualquer coisa, ele sabe agora que talvez o seu amanhã não irá assistir. Mesmo
agora ele existe sem existir completamente. Sozinho como no começo, sozinho
como sempre esteve. Existe para apodrecer até o fim naquela cova escura. Pedindo
para que sua consciência se vá. Não se arrependendo de nada do que vez.
Gerson
Costa não descansa em paz.
(Gilberto Caetano)
...
11.4.12
* * *
A Amazônia desmatada
em troca de bois e mesas grã-finas
A água hidroelétrica
inundando tudo
Os povos indígenas
morrendo
E o povinho de São
Paulo preocupado com o saquinho plástico do mercadinho
“Vamos salvar o
mundo!”
Eles dizem sem tirar
os olhos do próprio umbigo
...
8.4.12
* * *
Um
pequeno capítulo do livro BAR BODEGA – UM CRIME DE IMPRENSA de Carlos Dorneles
(Editora Globo, 2007), páginas 173, 174 e 175:
Em
março de 1997, os cinco novos acusados foram levados a julgamento e condenados
a penas de 23 a 48 anos. Na Sentença, o juiz José Ernesto de Mattos Lourenço
foi contundente com a polícia:
De
graça, as vítimas não confessaram. Requintes de perversidade incompatível com o
exercício da atividade pública estão revelados de forma contundente e
perturbadora nos primeiros cinco volumes deste processo.
A
técnica não apenas foi impressionante, como também repugnante, vergonhosa,
covarde e revoltante. É preciso ser insensível, frio e cruel na mesma proporção
para não se indignar diante da selvageria.
Mudaram
os tempos e as formas de comportamento, mas a mentalidade parece ainda arraigada
aos tempos medievais.
Mas
grande parte da sentença foi dedicada à imprensa:
Seria
a imprensa também a provocadora da ação desvairada que vitimou jovens inocentes
que injustamente foram presos, sem qualquer interferência, é verdade, quanto
aos sofrimentos experimentados?
A
resposta é sim.
Arvorou-se
uma parte da imprensa em defensora da sociedade e exerceu uma pressão
insuportável e incompatível com o bom senso.
De
há muito tempo a imprensa afastou-se da função de noticiar o fato e assumiu
ares de julgadora, na ânsia desesperada de noticiar escândalos e explorar a
miséria humana, sem se dar conta dos seus limites.
Passaram
a acusar, julgar e penalizar com execração pública.
Os
holofotes das câmeras funcionam como luzes da ribalta. A vaidade descontrolada
provoca o esquecimento dos valores. A dignidade do ser humano passou a ter
importância mínima ou nenhuma. A imagem das pessoas é a matéria-prima da
diversão.
O
final da sentença apontou para a elite:
O
crime que ceifou duas vidas prematuramente de jovens filhos da classe média num
dos bairros mais finos da cidade provocou até mesmo o nascimento de um
movimento que se intitulou “Reage São Paulo”.
Essa
face hipócrita da sociedade, sem embargo da necessidade de reação contra a
inoperância do Estado diante da violência crescente e assustadora.
Essa
mesma sociedade, todavia, jamais reagiu
quando os filhos de famílias miseráveis, nos confins da periferia e
social, foram e continuam sendo assassinados.
São
Paulo Reage diante da morte de filhos ilustres, mas não se emociona diante da
morte dos filhos dos desprovidos de capacidade econômica, que não podem
frequentar casas noturnas de Moema, mas frequentam os bares distantes.
A
conclusão é dolorosa: matar filho de rico em bairro de classe média alta ou
abastada dá notícia, repercute, revolta a sociedade, que reage.
O
mesmo fato, quando atinge o marginalizado da economia, não desperta nenhuma reação.
A
sentença do juiz está cuidadosamente guardada nos autos do processo, único
lugar em que o seu conteúdo podia ser conhecido. As referências à imprensa
jamais foram publicadas ou nem sequer citadas pelos veículos de comunicação. (Veja o texto no final do livro.)
...
5.4.12
FRAME: Documentário MONITOR AMBIENTAL / MÉXICO 70 - Abertura, 2010
Gostei muito de editar este trabalho.
Esta é a Seqüência de Abertura do Documentário sobre o Projeto Monitor Ambiental/México 70, na cidade de São Vicente. Duração de 33 min.
Produção do Documentário: Cavalo Marinho Audiovisual
Direção e Imagens: Jerônimo Vilhena
Produção: Jerônimo Vilhena e Thais Scabio
Edição: Gilberto Caetano
Realização: CDHU
Parceria: ANDES e STEMP
Apoio: Escola Municipal Prof. Lúcio Martins Rodrigues
2010
...
2.4.12
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